Olá Família.
Sou pouco ou nada frequentador de blogs. Por isso, não sei muito bem o que se pode, e com que sentido, vazar aqui: uns "olás", uns "beijinhos", a troca e reavivar de algumas recordações, essas sim fundamentais por organizarem e consolidarem estruturas identitárias, ou simplesmente, partilhar algo de que se gosta, situação que traduz lembrança e sentido dádiva, na significação mais ampla do termo. Foi essa lembrança e vontade de partilha que me ocorreu hoje.
Como recentemente mudei de casa ainda estou afundado nas arrumações. Ora, nas arrumações, o grande problema é sempre a arrumação definitiva dos livros. Um esforço quase inglório para quem tem pouco tempo e aproveita o reencontro com alguns espécimes para fazer uma paragem, raramente curta, e relembrar alguns textos quase esquecidos. Foi o que aconteceu desta vez: o reencontro com um dos poemas do portuense Luís Veiga Leitão.
Como, colhendo estreita inspiração em J Luís Borges (não me recordo agora onde), só posso orgulhar-me daquilo que li, ofereço à Família esse reencontro com um dos textos de Veiga Leitão que, já há alguns anos, mais me tocou.
A UMA BICICLETA DESENHADA NA CELA
Nesta parede que me veste
da cabeça aos pés, inteira,
bem hajas, companheira,
as viagens que me deste.
Aqui,
onde o dia é mal nascido,
jamais me cansou
o rumo que deixou
o lápis proibido...
Bem haja a mão que te criou!
Olhos montados no teu selim
pedalei, atravessei
e viajei
para além de mim.
(Luís Veiga Leitão, Longo Caminho Breve. Poesias Escolhidas. 1943 – 1983. Lisboa: Imprensa Nacional – Casa das Moeda, 1985, p. 70)
Espero que tenham gostado.
Para todos, um fortíssimo abraço
P.S.: Já agora pergunto aos mais entendidos e aos criadores do Blog: serve ele para “postar” ou “blogar” (que raio de neologismos!) este tipo de coisas?
Sou pouco ou nada frequentador de blogs. Por isso, não sei muito bem o que se pode, e com que sentido, vazar aqui: uns "olás", uns "beijinhos", a troca e reavivar de algumas recordações, essas sim fundamentais por organizarem e consolidarem estruturas identitárias, ou simplesmente, partilhar algo de que se gosta, situação que traduz lembrança e sentido dádiva, na significação mais ampla do termo. Foi essa lembrança e vontade de partilha que me ocorreu hoje.
Como recentemente mudei de casa ainda estou afundado nas arrumações. Ora, nas arrumações, o grande problema é sempre a arrumação definitiva dos livros. Um esforço quase inglório para quem tem pouco tempo e aproveita o reencontro com alguns espécimes para fazer uma paragem, raramente curta, e relembrar alguns textos quase esquecidos. Foi o que aconteceu desta vez: o reencontro com um dos poemas do portuense Luís Veiga Leitão.
Como, colhendo estreita inspiração em J Luís Borges (não me recordo agora onde), só posso orgulhar-me daquilo que li, ofereço à Família esse reencontro com um dos textos de Veiga Leitão que, já há alguns anos, mais me tocou.
A UMA BICICLETA DESENHADA NA CELA
Nesta parede que me veste
da cabeça aos pés, inteira,
bem hajas, companheira,
as viagens que me deste.
Aqui,
onde o dia é mal nascido,
jamais me cansou
o rumo que deixou
o lápis proibido...
Bem haja a mão que te criou!
Olhos montados no teu selim
pedalei, atravessei
e viajei
para além de mim.
(Luís Veiga Leitão, Longo Caminho Breve. Poesias Escolhidas. 1943 – 1983. Lisboa: Imprensa Nacional – Casa das Moeda, 1985, p. 70)
Espero que tenham gostado.
Para todos, um fortíssimo abraço
P.S.: Já agora pergunto aos mais entendidos e aos criadores do Blog: serve ele para “postar” ou “blogar” (que raio de neologismos!) este tipo de coisas?
1 Comments:
Só serve!
Gostei muito. Uma estreia e tanto!
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